A ilusão da liberdade total

"A Liberdade em excesso, portanto, não conduz a mais nada que não seja escravatura em excesso, quer para o individuo, quer para o Estado." - A República de Platão, livro VIII

O que mais ocorre hoje é a tal da marcha das vadias, cujas fêmeas desejam dispor livremente de seus corpos sem nenhum controle ou julgamento moral. Mas elas acabarão se tornando ainda assim prisioneiras. Demonstrarei isso.

Entre os prazeres e os desejos não necessários, alguns parecem-me ilegítimos. Talvez que sejam inatos em alguns de nós, mas, reprimidos pelas leis e pelos desejos melhores, com a ajuda da razão, podem ser totalmente extirpados em alguns ou ficarem só em pequeno número e enfraquecidos, ao passo que nos outros subsistem mais fortes e em maior número.

Àqueles que despertam durante o sono, quando repousa essa parte da mente humana que é racional, benigna e feita para comandar a outra, e a parte bestial e selvagem, empanturrada de comida ou de bebida, estremece e, depois de ter sacudido o sono, parte em busca da satisfação dos seus maus pendores. Em tais casos ela ousa tudo, como se fosse desembaraçada e livre de toda vergonha e de toda prudência. Não receia tentar, em pensamento, unir-se à sua mãe (incesto) ou a quem quer que seja, homem (homossexualismo), ou animal (zoofilia), envolver-se em qualquer tipo de crime e não deixar de ingerir nenhuma espécie de alimento. Numa palavra, não há loucura nem imprudência de que não seja capaz. Um joven arrastado para um desregramento completo, ocorre quando se instaura a chamada liberdade completa.

As antigas opiniões, consideradas justas, que tinha desde a infância sobre a honestidade e a desonestidade, cederão lugar às opiniões adquiridas recentemente, que servem de escolta ao amor, e triunfarão com ele, e que se manifestavam somente em sonho, durante o sono, porque então estava sujeito às leis e ao seu pai, e a liberdade absoluta reinava na sua alma. Mas agora, escravizado pelo amor, será no estado de vigília o homem em que às vezes se tornava em sonho; não se absterá de cometer nenhum crime, de ingerir nenhuma droga, de praticar nenhuma perversidade. Eros, que vive nele como um tirano numa desordem e num desregramento completos, porque é o único senhor, incitará o infeliz cuja alma ocupa, tiranicamente, a ousar tudo para alimentá-lo, a ele e ao tumulto dos desejos que o rodeiam: os que vierem do exterior através das más companhias e os que, nascidos no interior, de disposições semelhantes às suas, romperam os seus laços e se libertaram.

O resultado da liberdade absoluta são pessoas se embatendo com quem estiver no caminho, a menos que saiam.O excesso costuma ser correspondido por uma mudança radical no sentido oposto.

As feministas dizem que desejam serem donas de si mesmas e de seus corpos, quando acabam se escravizando  se tornando refém de seus instintos sexuais, seu hedonismo a torna escrava deles, longe de ser livre, essa mulher vai estar presa por correntes bem mais fortes do que as físicas e que são difíceis de as remover.