“A mentira é o poder.” -
F. NIETZSCHE, Fragmentos póstumos
“A verdade jamais é refutada!” - PLATÃO, Górgias
O conceito de ideologia tem origem na crise do idealismo hegeliano, especialmente graças a
Karl Marx, que o articulou com bastante força, constituindo um ponto de
referência paradigmático.
Para Marx, não se explica a práxis partindo das ideias; ao
contrário, explicam-se as ideias partindo da práxis (material). Portanto, todos
os produtos da consciência são "refutados" e "superados"
não com outros produtos da consciência, mas com a inversão das relações
sociais.
Em especial, as ideias dominantes são as ideias da classe
dominante (ou da classe que se prepara para se tornar dominante),
traiçoeiramente apresentadas como ideias universais.
Para Marx a classe que dispõe dos meios da produção material
dispõe, ao mesmo tempo, dos meios da produção intelectual, de modo que a ela
estão sujeitas em conjunto as ideias dos que carecem dos meios de produção
intelectual. As ideia dominantes não são outra coisa que a expressão ideal das
relações materiais dominantes, são as relações materiais dominantes tomadas
como ideias: são, portanto, a expressão das relações que fazem de uma classe a
classe dominante, e portanto são as ideias de seu domínio. Os indivíduos que
compõem a classe dominante possuem, entre outras coisas, também a consciência e, portanto, pensam; enquanto dominam como
classe e determinam todo o âmbito de uma época histórica, é evidente que o
fazem em toda a sua extensão e, portanto, entre outras coisas, dominam também
como seres pensantes, como produtores de ideias que criam a produção e a
distribuição das ideias de sua época; é pois evidente que suas ideias são as
ideias dominantes da época. Por exemplo: num período e num país em que poder
monárquico, aristocracia e burguesia lutam pelo poder, o qual está portanto
dividido, aparece como ideia dominante a doutrina da divisão dos poderes,
doutrina que é então enunciada como 'lei eterna'".
Até as ideias revolucionárias nascem e se desenvolvem
so¬mente em concomitância com o nascimento e o desenvolvimento de novas forças econômicas
e, portanto, de um novo poder material. A classe que conduz a luta contra o
establishment apresenta, por sua vez, seus próprios interesses sob a forma de
interesses de toda a sociedade e, portanto, oferece ao mundo inteiro as ideias
que professa, revestindo-as daquelas características que os idealistas chamam
universais (o leitor verá em poucas páginas como o próprio Marx caiu naquele
pecado de idealismo que recriminava aos filósofos abstratos seus predecessores
ou contemporâneos). Na verdade, tais ideias só servem para a conquista do poder
por aqueles que as professam: sua raiz é sempre e apenas a práxis material.
E quem são os intelectuais?
Também no âmbito da classe dominante, esclarece Marx,
manefesta-se uma espécie de divisão do trabalho, ou seja, entre o intelectual e
trabalho manual, "de forma que, no interior dessa classe, uma parte se
apresenta constituída pelos pensadores da classe (seus ideólogos ativos [...],
cuja ocupação principal é a elaboração da ilusão dessa classe sobre si mesma), ao
passo que os outros têm uma atitude mais passiva e mais receptiva em relação a
essas ideias e a essas ilusões, uma vez são os membros ativos dessa classe e
têm menos tempo criar ideias e ilusões sobre si mesmos".
As correntes de pensamento inspiradas em Marx e em especial
no marxismo levaram ao extremo as ideias de que alamos acima e transformaram
praticamente todas as expressões do espírito humano em várias formas de
ideologia.
Até o passado, e não apenas o presente, naturalmente, foi
interpretado nessa perspectiva, com impressionantes consequências iconoclastas
e sacrílegas.
Convém lembrar que tal ideologismo exagerado, negando à
verdade qualquer objetividade, e portanto julgando-a desprovida de qualquer
força própria, a transforma em algo manipulável ab libitum, e por isso
suscetível de ser não apenas proposto mas também imposto.
As raízes do 1984 de Orwell já estão aqui.
Obviamente, a força das ideologias, que exploram todos
os componentes alógicos do espírito
humano, pode tornar-se dominante e, pelo
menos por certo período, subverter os próprios fatos e violentar a realidade,
como a história do marxismo e do chamado socialismo real comprovam ad
abundantiam.
Parece haver uma ruptura ontológica entre o reino dos deuses
e o das ideias, entre os mitos e as teorias. As ideias, e mais amplamente os
sistemas de ideias (teorias, doutrinas, ideologias), parecem ter apenas uma
realidade instrumental. São utensílios que servem para interpretar o real e
podem ser insuficientes ou ilusórios. Marx instrumentalizou até o extremo a
ideologia, fazendo dela o instrumento que permite que a classe dominante
mascare seus interesses ou sua autoridade por trás de proposições aparentemente
nobres e universais. A ideologia dos direitos do homem, por exemplo, mascararia
o poder perverso da burguesia. Soljenitsyn enfatiza o discurso de Marx, mas
contra a ideologia comunista: 'É o comunismo que fornece a justificativa
buscada pela perversidade, a longa perseverança necessária aos perversos. É a
teoria social que ajuda o malvado a justificar seus atos aos próprios olhos e
aos dos outros para sentir-se objeto não de recriminações e maldições mas de
adulações e testemunhos de respeito'.
As ideologias têm uma expectativa de vida superior à dos
homens. Elas são mais biodegradáveis do que os deuses, mas algumas podem viver
até por vários séculos. As que se definem 'científicas' e garantem que sabem
realizar na Terra sua promessa de Salvação, como o marxismo stalinista,
mostram-se em toda a sua fragilidade após a vitória, que assinala ao mesmo
tempo sua falência. Todavia, o marxismo stalinista foi capaz de dominar a mente
de renomados cientistas, nos quais conseguiu remover por décadas, como 'ignóbeis
calúnias', as provas múltiplas e acumuladas de sua mentira. Uma prova ulterior
das ideologias, diante do real e contra ele. Os fatos são obstinados, dizia
Lênin. As ideias são ainda mais obstinadas, e os fatos são esmagados por elas
com mais frequência do que as ideias são esmagadas pelos fatos.
Sem dúvida, é possível resumir a ideologia no slogan, que se
assemelha a uma paródia de uma frase evangélica: "buscai o poder, e todo o
resto virá por si".Isso significa que a única coisa que vale é o poder e só o
poder.
A ideologia perde quase por inteiro o sentido da verdade: o
que conta é aquilo que se considera verdadeiro ou que se faz com que seja
considerado verdadeiro.
A ideologia é uma forma de fé imanente: uma massa de homens
abraça essa fé acreditando que seja fé em coisas verdadeiras, outros fingem
acreditar que é assim; outros ainda (os ideólogos) utilizam todos os meios para
fazer com que se acredite que seja verdadeiro aquilo que eles convidam a crer
(quer fieis mesmos acreditem nisso, quer não, isso é irrelevante!).
Já nos Fragmentos póstumos de Nietzsche, encontramos
análises pertinentes e impiedosas sobre esse ponto: "é necessário jue algo
seja considerado verdadeiro; não que algo seja verdadeiro". Na denúncia do
que é ideologia Nietzsche é, portanto, mais consequente que o próprio Marx.
Eis o aforismo que exprime seu pensamento de modo mais
radical: "O que é uma fé? Como se forma? Toda fé é considerar verdadeiro.
A forma extrema do niilismo seria sustentar que
toda fé, todo considerar verdadeiro seja necessariamente falso: porque não existe de fato um mundo
verdadeiro. Portanto: é uma ilusão de
perspectiva, cuja origem está em nós (uma vez que nós temos necessidade de um
mundo restrito, abreviado,
simplificado). Nesse caso, a medida da força é constituída pelo ponto
até o qual podemos admitir, sem prejudicar-nos, o caráter ilusório e a
necessidade da mentira. Nesse sentido, o niilismo, como negação de um mundo
verdadeiro, de um ser, poderia ser um modo de pensar divino...''''.
Nietzsche, aqui, não se refere às ideologias políticas em
feral, nem à marxista em particular, mas aquilo que diz, a meu ver, diz
respeito ao que lhes serve de fundamento: a história Jas últimas décadas o
demonstra. Além disso, uma leitura imparcial de Nietzsche poderia insinuar a
suspeita de que a própria "explicação" marxista de ideologia seja por
sua vez ideológica (para não falar do caráter abertamente ideológico no sentido
dos escritos originários de Marx e de Engels que têm muitas das teses comumente
aceitas pela Vulgata do marxismo-leninismo). E natural perguntar, portanto, se
a concepção marxista da ideologia consegue evitar a armadilha da
auto-referência. Como se sabe, o cético cai nessa armadilha quando sustenta que
nada pode ser conhecido (não é este, ainda um-negativamente, um conhecimento?).
Analogamente, não será
"ideológica" também a tese marxista de que todo produiu
intelectual é "ideologia"?
A ideologia alcançou hoje um âmbito bastante vasto, ma seu
lugar predominante continua a ser o político em suas várií, formas. Todavia,
embora Marx tenha forjado seu paradigma conceptual, não foi ele o criador do
núcleo essencial do ideologismo. A civilização humana sempre abrigou a cultura
da suspeita ideológica. E, em minha opinião, o primeiro a denunciar de maneira
inequívoca esse mal foi Platão.
Os antigos "oradores" (o termo designa tanto os
políticos militantes quanto os advogados de defesa) e os teóricos daquela arte,
sob a influência da sofística, já haviam enfatizado a força persuasiva e,
portanto, a importância sociopolítica, do "considerar verdadeiro" ou
do "acreditar no simples nível de opinião" e lhe haviam conferido uma
importância pragmática superior à da própria verdade.
Numa página do Fedro, Platão denuncia essa perversão, com
uma lógica férrea e cortante:
"Sócrates — Então dizem que [...] quem se prepara para
se tornar bom orador não precisaria conhecer a verdade acerca do que é bom e
justo, ou mesmo acerca dos homens que por natureza e por educação são dessa
forma. De fato, nos tribunais, ninguém se importa nem um pouco com a verdade
acerca dessas coisas, mas o que é importante ali é o que convincente. Este
mostra ser o que é verossímil; e a ele eve ater-se quem deseja falar com arte.
Algumas vezes, Juma acusação ou numa defesa, não convém expor sequer i próprios
fatos, se eles não ocorreram de forma verossímil, nas só se devem revelar os
verossímeis. Em geral, quem fala deve ater-se ao verossímil, deixando de lado a
verdade. É precisamente esse verossímil que, encontrando-se do início fim do discurso,
leva a termo toda a arte.
Fedro — São justamente essas que expuseste, caro Sócrates,
as coisas que afirmam os que professam possuir a arte dos discursos [...].
Sócrates — Certamente estudaste Tísias com precisão. Então
que Tísias nos diga também se considera que o verossímil não é o que parece tal
à multidão.
Fedro — E o que mais?
Sócrates — Tendo feito essa descoberta, como parece, ao
mesmo tempo de sabedoria e de arte, ele escreveu que, se um homem fraco mas
corajoso, que atacou um homem forte mas covarde e lhe roubou o manto ou
qualquer outra coisa, é chamado ao tribunal, nenhum deles deve dizer a verdade.
O covarde deve dizer que o outro não estava só quando o atacou; o corajoso, ao
contrário, deve refutá-lo dizendo que eles estavam sós é utilizar o argumento:
'Como podia eu, fraco como sou, bater num homem forte como ele?'. E, para não
admitir a própria covardia, tentará dizer outra mentira, dando ao adversário a
possibilidade de outra refutação. Também em outras coisas os discursos feitos
com arte se assemelham a isso. Não é verdade, Fedro?
Fedro — Como não?
Sócrates — Pobre de mini! De maneira extraordinária, parece
que Tísias, ou outro qualquer, seja qual for a origem a ele atribuída,
descobriu uma arte oculta. Mas devemos ou não dizer a ele?
Fedro — Dizer o quê?
Sócrates — Isto: "ó Tísias, há algum tempo, antes que
viesses aqui, dizíamos que esse verossímil nasce, na maioria das pessoas, por
semelhança com o verdadeiro. Há pouco explicamos que, de todas as partes, quem
conhece a verdade sabe muito bem qual é essa semelhança. Portanto, se tens algo
mais a dizer sobre a arte dos discursos, nós o ouviremos. Se não, acreditaremos
no que explicamos há pouco: que, se alguém não souber enumerar as naturezas dos
que o ouvirem, e até que não consiga dividir os seres segundo as formas e
reuni-los numa Ideia, cada um segundo uma unidade [= conhecer a verdade
seguindo o método certo que leva a ela], nunca dominará a arte dos discursos na
medida em que é possível a um homem. Mas jamais conseguiremos adquirir essas
coisas se não nos aplicarmos muito. A elas o sábio deve dedicar seus esforços:
não para falar e agir com os homens, mas para poder dizer o que agrada aos
deuses e fazer tudo de um modo apreciado por eles, o mais possível. De fato, ó
Tísias, os mais sábios dentre nós dizem que quem tem inteligência não pode
preocupar-se em agradar aos companheiros de escravidão senão de forma
colateral, mas deve agradar aos senhores que são bons c descendem dos bons. Por
isso, se o caminho a ser percorrido é longo, não deves ficar admirado, porque,
para poder alcançar grandes coisas, é preciso percorrê-lo, ao contrário do que
pensas. De resto, como nos diz nosso discurso, se alguém quiser, também estas
coisas se tornarão belíssimas em decorrência daquelas.
Fedro — Parece-me que coisas belíssimas foram ditas, desde
que qualquer um possa cumpri-las.
Sócrates — Mas para quem realiza coisas belas, também é belo
sofrer tudo o que for preciso."
Creio que, no que se refere ao problema de que estamos
tratando, não há mensagem mais clara do que essa: sem dúvida, é mais fácil
seguir o caminho do "considerar verdadeiro" do que o do
"verdadeiro", que, ao contrário, é íngreme, árduo e duríssimo.
Mas a frase final do texto platônico contém uma mensagem
terapêutica de alcance extraordinário (que, entre outras coisas, imediatamente
nos permite evitar a emboscada da auto-referência).
Convém lembrar que, para o grego, "belo" é
sinônimo de “bom". E, portanto, o sentido da frase é este: para quem enfrenta
as coisas belas, ou seja, boas e justas, tudo o que ele tiver de sofrer para
alcançar a meta pertence à mesma dimensão do belo, ou seja, do bom c do justo.
De fato, como diz a célebre máxima grega, "as coisas belas são
difíceis" por sua própria natureza.
E quem pode negar que não é justamente essa, capacidade de
sofrer qualquer coisa para alcançar o bem supremo que poderia elevar o homem de
todos os tempos e, portanto, também o homem de hoje à dignidade que lhe
compete?
Para o ideoiogismo a verdade não existe, ou, mesmo que
existisse, não teria força própria; ou, se se preferir, teria uma
"força" quando muito fraca: o fazer "considerar
verdadeiro" ou até a violência ideológica poderiam sistematicamente
subjugá-la e fazê-la calar.
Platão e Aristóteles nos dizem, ao contrário, que a verdade
não apenas tem força própria mas também tem a maior força.
Platão (no Banquete) atribui a Sócrates este bordão:
"Eu permito, aliás, eu ordeno que digas a verdade."
E, sempre nos lábios de Sócrates, põe (no Górgias) uma frase
realmente poderosa:
"A verdade não admite contestação!"
Aristóteles, por sua vez, nos explica por que a verdade não
admite contestação. As verdades supremas, de fato, tem tal poder que,
indubitavelmente, quem as nega é obrigado a utilizá-las na própria tentativa de
negá-las.
No quarto livro da Metafísica, o Estagirita mostra como esse
é o caso do princípio de não-contradição:
"O princípio mais seguro de todos é aquele em torno do
qual é impossível se incorrer em erro: esse princípio deve ser o mais conhecido
[...] e deve ser um princípio não-hipotético. Aquele princípio que os que
quiserem conhecer qualquer coisa devem necessariamente possuir não pode ser uma
mera hipótese, e os que quiserem conhecer qualquer coisa devem necessariamente
possuir aquilo que devem conhecer antes de apreender qualquer coisa. É evidente,
pois, que esse princípio é o mais seguro de todos. Depois do que foi dito,
precisamos esclarecer qual é ele. "É impossível que a mesma coisa pertença
e não pertença simultaneamente a uma mesma coisa, acerca do mesmo motivo."
[...] Esse é o mais seguro de todos os princípios, pois possui todas aquelas
características acima esclarecidas. Pois ninguém pode acreditar tar que a mesma
coisa exista e não exista [...]. Se os contrários não podem existir juntos num
mesmo sujeito, [...] se uma opinião que está em contradição com outra é o
contrário desta, evidentemente é impossível que, ao mesmo tempo, a mesma pessoa
admita que uma mesma coisa exista e também que não exista, pois quem se
enganasse acerca disso teria igualmente opiniões contraditórias. Portanto, todos
os que demonstram algo partem dessa noção última, porque ela, por natureza,
constitui o princípio de todos os outros axiomas."
Como princípio primeiro e supremo, o princípio de
não-contradição não pode ser demonstrado, porque, para poder sê-lo, deveria ser
deduzido de princípios ulteriores, que não podem existir. Pode, contudo, ser
defendido mediante o elenchos, ou seja, mediante a refutação de quem o nega, e
sua validade ade ser confirmada, assim, exibindo a contradição em que cai
Aquele que deseja refutá-lo.
Basta que alguém fale e pretenda que aquilo que diz tenha um
sentido, para ter de admitir o princípio de não-contradição: de fato, as
próprias palavras empregadas em cada caso pelos que desejam negar o princípio
de não-contradição só terão sentido para quem as pronuncia e para quem as ouve
se tomarem como válido justamente o princípio que teriam de refutar. Aliás,
qualquer discurso só pode ter sentido se se admite que as palavras pronunciadas
significam determinada coisa e não, ao mesmo tempo e do mesmo ponto de vista,
também seu oposto.
Quem nega a verdade do princípio de não-contradição não
poderia fugir a ele nem sequer se renunciasse ao emprego de palavras,
limitando-se a comunicar seu pensamento com gestos indicativos. Com efeito,
tais gestos só são comunicantes quando expressam algo determinado e não, ao
mesmo tempo, também seu contrário. Quem nega o princípio de contradição
condena-se assim a um isolamento quase total. Poderíamos até dizer que esta
seria a forma mais extrema do solipsísmo tanto "lógico" quanto
"ético".
"""'É o comunismo que fornece a justificativa buscada pela perversidade, a longa perseverança necessária aos perversos. É a teoria social que ajuda o malvado a justificar seus atos aos próprios olhos e aos dos outros para sentir-se objeto não de recriminações e maldições mas de adulações e testemunhos de respeito'.""""
ResponderExcluirIsso me lembra um trecho duma música de Cazuza que dizia que a burguesia fedia sendo ele mesmo um burguês , mas que 'não fedia' por que , tal qual ele diz na canção' : ESTOU DO LADO DO POVO .
Parece que o confrade pegou a verve da psiquê da 'esquerda festiva' .
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""""'Uma prova ulterior das ideologias, diante do real e contra ele. Os fatos são obstinados, dizia Lênin. As ideias são ainda mais obstinadas, e os fatos são esmagados por elas com mais frequência do que as ideias são esmagadas pelos fatos.'"""""
Isso teria algo haver que com a tática da pressão social para cima de um grupo alvo , opositor das idéias , do grudo pressionador para levar esse dito grupo para uma espiral de silêncio .
Para que se preocupar se tudo aquilo que em que se acredita seja verdadeiro ou falso, quando se tem poder de pressionar e impor uma forma de pensamento à base de coerção social que transfoma pensamentos opostos em novos tabus ?