segunda-feira, 15 de abril de 2013

O papel das artes


Faço aqui uma pergunta: como conseguiu aparecer nos Estados Unidos a contracultura?

Não foi apenas nas escolas ou universidades nas aulas, mas principalmente nas artes. O Rock, o cinema, teatro dos anos 60 foi uma abundante fonte de marxismo.

A arte tem a capacidade de criar estados de alma. Portanto, pode inclinar o homem tanto às boas quanto às más disposições.

 No Diálogo República, ao se discutir a formação dos defensores do Estado, Platão chega a seguinte conclusão:

“Não é então por este motivo, Glauco, que a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afetam-se mais fortemente, trazendo consigo a perfeição, e tornando aquela perfeita, se tiver sido educada? E, quando não, o contrário? E porque aquele que foi educado nela, como devia, sentiria mais agudamente as omissões e imperfeições no trabalho ou na conformação natural, e, suportando-as mal, e com razão, honraria as coisas belas, e, acolhendo-as jubilosamente na sua alma, com elas se alimentaria e tornar-se-ia um homem perfeito; ao passo que as coisas feias, com razão as censuraria e odiaria desde a infância, antes de ser capaz de raciocinar, e, quando chegasse à idade da razão, haveria de saudá-la e reconhecê-la pela sua afinidade com ela, sobretudo por ter sido assim educado.”. -  A República de Platão, livro III

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"Toda inovação musical é prenhe de perigos para a cidade inteira"... "não se pode alterar os modos musicais sem alterar, ao mesmo tempo, as leis fundamentais do Estado." - A República de Platão, livro IV
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"Mas esse espirito da licença, depois de encontrar um abrigo, vai-se introduzindo imperceptivelmente nos usos e costumes; e dali passa, já fortalecido para os contratos dos cidadãos, e após os contratos invade as lei e constituições, com maior imprudência, até que por fim, ó Sócrates, transforma toda vida privada e pública." - A República de Platão, livro IV

Em 25 de julho de 1938, foi redigido na Cidade do México, após longas discussões, por André Breton e Leon Trotski, o manifesto “Por uma Arte Revolucionária Independente”. Nesse manifesto, o surrealista, irracionalista e místico Breton une-se ao materialista comunista Trotski para afirmar e defender o caráter revolucionário da arte. Após estabelecer o fundamento subjetivista da arte, eles declaram:

“Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência sobre o destino da sociedade. Consideramos que a tarefa suprema da arte em nossa época é participar consciente e ativamente da preparação da revolução.” -  Breton - Trotski. Por uma Arte Revolucionária Independente. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1985, p. 43

É importante enfatizar a capacidade formadora da arte, que pode aperfeiçoar os homens, fazendo-os amar o bem, a verdade e a beleza, ou fazê-los revolucionários subjetivistas que odeiam a Verdade e em decorrência disso o Bem e o Belo.

Na Modernidade, a arte foi um meio eficaz de formar mentalidades. Nikos Stangos, em seu prefácio ao livro Conceitos da Arte Moderna, deixa claro o objetivo de ensinar da arte moderna:

“Os movimentos e conceitos da arte moderna foram intencionais, deliberados, dirigidos e programados desde o começo. Fizeram-se acompanhar de uma pletora de manifestos, documentos e declarações programáticas. Cada movimento foi deliberadamente criado para chamar a atenção para certos aspectos específicos; (...) Os movimentos artísticos modernos foram essencialmente “conceituais”: as obras de arte eram consideradas em função dos conceitos que explicam.” - Nikos Stangos (Org.). Conceitos de Arte Moderna. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2000, p. 8

É preciso ser tolo para negar esse poder à arte, e é preciso não sê-lo para preocupar-se e precaver-se contra as conseqüências funestas da má arte ou da pseudo-arte moderna que infestam nosso mundo, podendo corromper nossas almas e, sobretudo, as de nossas crianças, que praticamente não possuem defesas intelectuais contras os ardis da pseudo-arte corruptora.

Verás na globo nas novelas principalmente de Dias Gomes, na música e no cinema a formação gradual da população que sob a influência norte-americana acabou por também adotar um padrão marxista na ultura, se tornando menos conservador e mas liberal nos costumes. A sociedade hoje é um reflexo de décadas de uma nociva manifestação cultural esquerdista. Mesmo com a censura de filmes como "O Último Tngo e Paris" o cinema brasileiro com as pornochanchadas bombardeava o brasileiro bom conteúdo noscivo, falam na censura cruel dos militares, mas a verdade que a censura não foi eficiente se é que ocorre, porque não existia filmes que valorizassem a família brasileira, os bons costumes.

Um comentário:

  1. Texto magnífico. foi tu que fez?
    Li o "O que faria Platão com a classe artistica?" tb.
    Tem a ver com o Documentário: A era de ouro do Grotesco

    Esse assunto deveria ser mais explorado.

    Why Beauty Matters (Porque a beleza importa?)

    Este documentário foi dirigido pelo filósofo inglês Roger Scruton – um dos mais importantes intelectuais conservadores da Europa – e veiculado pela BBC em 28/11/2009. Nele, de uma forma brilhante, instigante e muito elucidativa, o Professor Roger Scruton demonstra como a partir do século XX, perdendo o senso ético e estético de(a) Beleza, a humanidade afundou-se ainda mais no que ele chama, com inteira razão, de deserto espiritual. Tal deserto, indubitavelmente, é um dos frutos do ideal, soberbo e falacioso, da modernidade iluminista que assentiu que “o homem é a medida de todas as coisas“. Hoje, já na pós-modernidade da humanidade, já não há mais senso ético e estético de Verdade, de Bondade ou, como bem explica Dr. Scruton, de Beleza. As consequências disso? Muitas! Todas girando em torno do que no Cristianismo se chama de “feiúra da alma” ou, nas palavras do filósofo inglês “a cult of ugliness”.

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