Queria tratar aqui da corrosão do ocidente que tem em nas
bases de sua razão e sua moral corridas. Se alcançamos o progresso graças ao
uso da razão, do livre debate e a moral garantia a harmonia social, tudo isso
anda ameaçado. O politicamente correto, desconstrucionismo,
ceticismo e o relativismo moral, que ficam minando o debate de determinados
temas, a possibilidade humana de chegar a um conhecimento e a estabelecer uma
moral.
- Politicamente correto
aplicado primeiro ao universo linguístico e que se estendeu para várias
práticas sociais, políticas e culturais em vários países do Ocidente nas
décadas seguintes. No começo, o que foi chamado de forma pejorativa de
"politicamente correto" era uma intervenção de caráter puritano na
linguagem, com o objetivo de banir o uso de determinados termos considerados
preconceituosos, injustos, imprecisos ou ofensivos a determinados segmentos
sociais, como mulheres, negros e homossexuais, entre outros. A ideia do
politicamente correto, que passou a definir o que seria aceitável e apropriado
na linguagem, alcançou com o passar dos anos as práticas sociopolíticas,
defendido principalmente por grupos de ativistas, como as feministas, o
movimento gay e o movimento negro. O fenômeno assumiu características
totalitárias, ao tentar impor mudanças nas narrativas históricas e até mesmo em
obras artísticas, quando as considera ofensivas a alguns de seus preceitos.
Inclusive o politicamente
correto, tenta eliminar o debate, sobre determinadas ideias, ao tentar debater assuntos como cotas
raciais, casamento homossexual, orientação versus opção sexual, você estaria
simplesmente sendo preconceituoso. Determinados temas não podem ser debatidos,
tem de serem aceitos e sem discussão.
Não se aceita a possibilidade
de questionar determinados temas, não de busca vencer usa os argumentos para
quem questiona algo aceite determinada idéia, mas se impõe. E tenta coagir a
pessoa a se silenciar, usando da coação moral.
Em todos os seus
empreendimentos a razão deve-se submeter à critica; se limitasse a liberdade de
critica com qualquer proibição, prejudicar-se-ia e atrairia para si suspeitas
desfavoráveis; não há de tão importante, com relação a utilidade, nem nada de
tão sagrado que possa escapar a esse exame profundo e rigoroso que não respeita
ninguém. É nessa liberdade que se baseia a existência da razão, que não tem
absolutamente autoridade ditatorial, mas decisão nada mais de acordo com os
cidadãos livres por meio do qual cada um deve se manifestar, sem obstáculos,
suas dúvidas e até seu poder de veto. Todo ser humano traz consigo o direito de
submeter ao julgamento em sua razão pensamentos e duvidar daquilo que não
acreditamos. Os questionamentos são supervisores saudáveis a uma critica sadia
ao que se acredita.
Estão querendo jogar o homem em uma minoridade moral, no qual o retira o
hábito de pensar por si mesmo e questionar tudo, para aceitar como em uma
ditadura totalitária. Aonde não se cria cidadãos, mas servos.
- A desconstrução é uma forma de
semiótica análise, derivado principalmente do trabalho iniciado pelo filósofo
francês Jacques Derrida que propõe a desconstrução de todos os textos onde
oposições binárias são colocados para trabalhar na construção de significado e
valores. A primeira tarefa da desconstrução, começa com a filosofia e depois
revelá-la operacional em textos literários e textos jurídicos, seria para
derrubar todas as oposições binárias da metafísica (significante / significado,
sensível / inteligível; escrita / fala, passividade / atividade, etc) .
Derrida destruiu a concepção
tradicional de que a linguagem pode veicular um significado, emergindo das suas
análises a revelação de que o significado produzido pela linguagem é
coextensivo da própria linguagem, uma vez que os seus sentidos se encontram
disseminados na própria área total do texto, através de infinitas
possibilidades de sentido.
O desconstrucionismo
acaba minando os juízos analíticos humanos.
Os juízos analíticos
(afirmativos) são, pois, aqueles em que o enlace do sujeito com o predicado se
concebe por identidade; aqueles, ao contrário, cujo enlace é sem identidade,
devem chamar-se juízos sintéticos. Poder-se-ia também denominar os primeiros de
juízos explicativos, e aos segundos, de juízos extensivos, pelo motivo de que
aqueles nada aditam ao sujeito pelo atributo, apenas decompondo o sujeito em
conceitos parciais compreendidos e concebidos (ainda que tacitamente) no mesmo,
enquanto que, pelo contrário, os últimos acrescentam ao conceito do sujeito um
predicado que não era de modo algum pensado naquele e que não se obteria por
nenhuma decomposição.
Os juízos analíticos
seguem o “princípio de contradição”, é este um critério universal da verdade,
embora meramente negativo, pelo que pertence exclusivamente à Lógica em
virtude de se aplicar aos conhecimentos considerados apenas como conhecimentos
em geral e independentemente do seu conteúdo, limitando-se a declarar que a
contradição o destrói completamente.
Pode-se fazer dele, entretanto, um uso positivo;
isto é, não somente para rechaçar o erro (embora se baseie em uma
contradição), senão também para conhecer a verdade. Porque se o juízo é analítico,
quer seja afirmativo ou negativo, sempre poderemos conhecer perfeitamente a
verdade por meio do princípio de contradição. De fato, o contrário do que já
está contido como conceito ou do que é concebido no conhecimento do objeto,
será negado sempre com razão, e necessariamente afirma-se esse conceito porque
o contrário a este conceito estaria em contradição com o objeto.
Existe uma fórmula deste
célebre princípio, que contém uma síntese que indevida e desnecessariamente
passou com o próprio princípio. A fórmula é esta: é impossível que uma coisa
seja e não seja ao mesmo tempo.
Diz isto: uma coisa = A,
que é algo = B, não pode ao mesmo tempo ser não B. Porém, isto não impede que
sucessivamente possam ser ambas as coisas (B igual a não B). Por exemplo, o
homem que é moço não pode ser ao mesmo tempo velho, porém, esse mesmo homem pode
ser jovem num tempo e em outro não jovem, isto é, velho.
Se eu disser: um homem
que é ignorante não é instruído, tenho que acrescentar a condição: ao mesmo
tempo, mesmo porque o ignorante numa época pode ser instruído em outra, mas se
eu afirmar: nenhum homem ignorante é instruído, a proposição então é analítica,
porque o caráter da ignorância constitui aqui o conceito do sujeito, resultando
imediatamente esta proposição negativa do princípio de contradição, sem ser
necessário acrescentar a condição ao mesmo tempo.
O desconstrucionismo acaba deturpando os textos tradicionais, dando uma
interpretação totalmente incoerente ao que o autor quis escrever. Seguindo o
"principio da contradição", não tem como no predicado do sujeito da uma interpretação diversa, contrária
ao que foi escrito. O que acontece é
destruir o significado do texto. O que acontece é que acaba os jovens não
conseguem mais interpretar o texto literário, eles buscam significados que não
existem na obra.
- O ceticismo é a doutrina que
afirma que não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito da verdade.
Essa ignorância artificial científica
acaba minando todas as bases do conhecimento, destruindo de todas as maneiras
sua confiança e certeza.
O máximo que poderia acontecer é o ceticismo moderado, o levar a revisar
todo seu conhecimento, para corrigir alguns erros, mas jamais se deve aceitar a
impossibilidade de se conhecer a verdade.
- O relativismo moral é mais facilmente compreendido quando comparado com
o absolutismo moral. O absolutismo afirma que a moralidade depende de
princípios universais (lei natural, consciência). O relativismo moral afirma que moralidade não
é baseada em qualquer padrão absoluto. Ao contrário, “verdades éticas” dependem
da situação, cultura, sentimentos, etc. O relativismo moral está ficando cada
vez mais popular nos dias de hoje.
Os relativistas podem até argumentar que valores diferentes
entre culturas diferentes mostram que as morais são relativas para pessoas
diferentes. Mas esse argumento confunde as ações dos indivíduos (o que eles
fazem) com padrões absolutos (se devem fazê-lo ou não). Se a cultura é o que
determina o certo e errado, como poderíamos ter julgado os nazistas? Afinal de
contas, eles estavam seguindo a moralidade de sua própria cultura. Eles estavam
errados apenas se o assassinato fosse universalmente errado. O fato de que
tinham “sua moralidade” não muda isso. Além disso, apesar de muitas pessoas
demonstrarem a moralidade de formas diferentes, elas ainda compartilham uma
moralidade em comum. Por exemplo, os aborcionistas e anti-aborcionistas
concordam que o assassinato seja errado, mas descordam em se aborto é
assassinato ou não. Até nesse caso vemos a veracidade da moralidade universal
absoluta.
Alguns afirmam que situações diferentes causam moralidades
diferentes – em situações diferentes, os atos diferentes são julgados de uma
forma que talvez não seja correta em outras situações. Há três coisas pelas
quais devemos julgar uma ação: a situação, o ato e a intenção. Por exemplo,
podemos condenar uma pessoa que tentou cometer assassinato (intenção) mesmo se
tenha falhado (ato). Então, as situações fazem parte da decisão moral, pois
preparam o contexto no qual podemos escolher o ato moral específico (a
aplicação dos princípios universais).
O argumento principal que os relativistas tentam usar é o da tolerância. Eles afirmam que é intolerante dizer a alguém que a sua moralidade esteja errada, e o relativismo tolera todas as posições. No entanto, isso é simplesmente um engano. Antes de tudo, o mal nunca deve ser tolerado. Devemos tolerar o ponto de vista de um estuprador de que mulheres são objetos de gratificação a serem usadas? Segundo, esse argumento se destrói porque os relativistas não toleram a intolerância ou o absolutismo. Terceiro, o relativismo não pode explicar por que qualquer pessoa deva ser tolerante em primeiro lugar. O fato de que devemos tolerar pessoas (mesmo quando descordamos) é baseado na regra moral absoluta de que devemos sempre tratar as pessoas justamente – mas isso é absolutismo de novo! Na verdade, sem os princípios universais morais, a bondade não pode existir.
O fato é que todas as pessoas nascem com uma consciência e todos nós instintivamente sabemos quando ofendemos ou fomos ofendidos. Agimos como se esperássemos que as outras pessoas reconhecessem isso também. Mesmo como crianças, conhecíamos a diferença entre "justo" e "injusto". É necessária uma filosofia ruim para nos convencer de que estamos errados.
Conclusão
Em nome de um mundo melhor, de uma autonomia humana, se
colocando em dúvida a razão humana, tem a pós-modernidade arruinado toda uma
herança cultural.
Tem se promovido a supressão da crítica e do debate sobre determinados
temas, se impõe simplesmente, em nome de um mundo melhor em nome de um mundo
melhor e sem preconceitos, não buscando fundamentar a ideia, mas a impondo.
Ao mesmo tempo em que se suprime os debates sobre determinados
temas, se relativiza a moral humana, sem impor limites de conduta, no qual a
juventude está cada dia mais sem limites e prática os piores atos, estamos
perdendo a noção de certo e errado e é relativo, inclusive o valor a vida está
sendo relativizado ao praticar ao aborto.
O ceticismo e desconstrucionismo promovem o irracionalismo,
no qual se deturpa o significado das palavras e portando sua análise correta da
sobras e se mina a possibilidade de se chegar a verdade, afinal não existiria
uma verdade O que mina o conhecimento.
Bom texto.
ResponderExcluirOs relativistas morais dizem que toda avaliação de certo/errado, melhor/pior, é algo cultural e que, portanto, não pode haver julgamento. Então, como o autor deixa no ar, devemos perguntar a esses mesmos relativistas se o julgamento dos nazistas realmente poderia ser dado, já que, seguindo a lógica deles, verdade não existe, e que tudo depende do contexto. Esquecem-se esses mesmos relativistas politicamente corretos que, se tudo é derivado de um contexto cultural, ora bolas, então essa própria ideia deles também é fruto de um contexto cultural.
Eu fico imaginando se pensadores como Schopenhauer, Nietzsche (e Nelson Rodrigues) estivessem vivos hoje. Todos esses gênios seriam execrados pelo politicamente correto. Se estivessem no Brasil, poderiam, em vez de estarem nos passando seus sábios ensinamentos e descobertas, poderiam estar presos, literalmente encarcerados por não serem tolerantes com o mau e com o ruim.
Estamos num tempo onde a HIPOCRISIA atingiu seu mais alto grau. O que os adeptos do politicamente corretos fazem, na verdade, é fugir do debate e da verdade, criando a falsa ideia de que quem julga é preconceituoso, e que quem não julga é santo e está do lado do bem.
As pessoas hj não tem mais uma bussola moral norteadora.Agem pelo impulso.
ExcluirO politicamente correto é devastador para a cultura dos povos. É tão ridículo que une duas palavras totalmente contrarias que são: político e correto não existe.
ResponderExcluirConcordo. Mas não só ele, como o irracionalismo ceticista que é inimigo da razão. As pessoas não estão sendo estimuladas pela razão, mas pelo hábito e impulso para agirem.
ExcluirNão parece haver meio de chegar à verdade, sendo a verdade um mero conceito estabelecido pela cultura e, portanto, fruto da imaginação. Desta forma, não há onde apoiar-se para julgar.
ResponderExcluirOs nazistas não estavam certos e nem errados, pois certo e errado são conceitos abstratos e não fazem correspondência com a realidade objetiva.
O politicamente correto exige crença e, portanto, limitação cognitiva.
O ceticismo e o relativismo não são compatíveis com o politicamente correto, já que o politicamente correto exige a crença na moralidade.
Me parece que todo ceticismo e relativismo precisa ser, necessariamente, amoral.
Me parece que todo sujeito amoral está, necessariamente, para além do politicamente correto e incorreto - ou para antes.