domingo, 10 de agosto de 2014

PATERNIDADE (por Dr. Gordon E. Finley , tradução e notas: Aldir Gracindo )

  Tradução original e nota : http://www.direitosdoshomens.com/paternidade/
“Amor de pai”, foto de Gail Druker Illman
Há muito tempo e muito longe daqui, o Dia dos Pais era celebrado como um dia especial para o Pai com sua refeição favorita, geralmente acompanhada pelos tradicionais presentes de camisa, gravata, cinto ou carteira. Como filho a dar estes presentes, e depois como pai ao recebê-los, eu não compreendia inteiramente o que eles realmente simbolizavam – honrar o papel central do pai como provedor da família, o membro da família que trazia para casa o pão.
Tudo isso mudou, claro, com as mudanças sociais e econômicas. Hoje o Dia dos Pais e a paternidade estão sob ataque de vários lados e com múltiplas perdas, não apenas para as crianças e para os pais, mas para a sociedade. Três deles  são: desemprego dos homens, divórcio e a criação de filhos fora do casamento.
O desemprego masculino hoje é maior que o feminino e, não por coincidência, o desenvolvimento educacional feminino é maior que o masculino. Estas duas desigualdades de gênero combinadas pressagiam uma reversão nos papeis de gênero com consequências incertas. Especificamente, por eras, os homens têm sustentado as mulheres por amor, sexo, companhia e por serem boas mães para seus filhos. Dada a atual reversão, as mulheres vão sustentar os homens por amor, sexo, companhia e por serem bons pais para seus filhos?
Segundo, embora a notável pesquisa científica social claramente indique que as crianças querem um pai em suas vidas, estas três tendências vão contra a realização dos desejos das crianças. A evidência mais forte vem dos filhos do divórcio. Muitos estudos de várias perspectivas chegam à mesma conclusão: filhos do divórcio não apenas sentem falta dos seus pais, como também querem legislação e juízes que mudem as práticas da Justiça de Família de forma que eles possam ter um envolvimento paternal amoroso e carinhoso envolvido em suas vidas.
O terceiro desafio para a paternidade é a criação de filhos fora do matrimônio. Na década de cinquenta, apenas quatro por cento das crianças nascia fora do casamento, enquanto hoje isso é aproximadamente quarenta por cento – um crescimento de mil por cento.

Para a sociedade, pesquisas confiáveis indicam que filhos de pais divorciados e solteiros tem risco muito maior de um conjunto de resultados negativos pessoais, sociais, de saúde, trabalho, bem-estar e criminais, comparados às crianças cujos pais são muito envolvidos com suas vidas. Pesquisa adicional mostra que os pais são melhores que as mães em reduzir o comportamento de risco sexual e de saúde em adolescentes e jovens adultos. A paternidade é, portanto, de grande interesse da sociedade.
Como os filhos de pais divorciados, os pais divorciados também sofrem de afastamento ou marginalização dos laços entre pais e filhos. Pais divorciados estão piores em praticamente todos os índices de bem-estar pessoal, social, profissional e de saúde. Espantosamente, pais divorciados se suicidam oito a dez vezes mais do que mães divorciadas.

Uma percepção das perdas emocionais dos relacionamentos cortados entre pais e filhos vem da música clássica “Big Yellow Cab”. Para muitas crianças e pais separados, “você não sabe o que tem até perder” é uma frase muito verdadeira no Dia dos Pais.
Para aqueles com sorte suficiente para ter um pai, passe este dia dos pais com ele. Para aqueles que perderam seu pai através do divórcio ou do sistema das Varas de Família, contate ele no espírito de sentimento e reconciliação. Para aqueles que perderam seus pais pelo distanciamento, contate-o no espírito de aceitação e compreensão das coisas do tempo dele, a época dele. Para aqueles que perderam seu pai por falecimento, considere a possibilidade de colocar uma rosa vermelha e contemplar a contribuição dele para sua vida.
A paternidade é uma instituição que não desaparecerá. O preço da paternidade, porém, como o da liberdade, é a eterna vigilância. Que sua vigilância neste Dia dos Pais fazer brilhar uma nova luz na sua relação pai e filho e revigorá-la.
 Nota:
Dr. Gordon E. Finley é Professor Emérito da Universidade Internacional da Flórida. É Mestre e Doutor em Relações Sociais pela Universidade de Harvard e Bacharel em Sociologia e Antropologia pela Antioch College.
Pesquisador sobre paternidade; pais, filhos e divórcio; falsas denúncias de abuso no contexto do divórcio e comparações inter-culturais. Foi Editor da Revista Interamericana de Psicologia/Interamerican jornal of Psychology e do Adoption Quarterly. Também fez parte da mesa de editores do Journal of Cross-Cultural Psychology, Internacional Journal of Intercultural Relations, Behavioral and Brain Sciences, Psichology of Men and Masculinity, and Fathering. Foi professor nas Universidades de Columbia Britânica, Toronto e Califórnia em Berkeley. Atualmente leciona Psicologia da Parentalidade e Paternidade e Desenvolvimento e Crescimento de Expectativa de Vida Humana. Dá aulas em seminários sobre Relacionamentos entre Pais, Mães e Filhos, Paternidade e Divórcio. Foi co-autor ou co-editor de quatro livros/monografias e mais de cem publicações.
Este artigo do Dr. Finley é do dia dos pais de 2010 e eu o encontrei pela internet há vários meses. Percebi que ele estava em uns 3 ou 4 sites, e hoje ele estava apenas em 2, sendo que apenas em um o artigo ainda estava visível. Resolvi publicá-lo hoje mesmo no nosso idioma.   
Ao procurar a canção do “Grande Taxi Amarelo”, percebi que ela também não tinha vídeo legendado em português. Por isso, disponibilizei uma versão com legendas abaixo.
Forte abraço,
Aldir. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário