A
ONU, a serpente, o aborto, as feministas e as mulheres
Julio Severo
Nota (de março de 2012): O primeiro Dia Internacional da Mulher foi feito pela alemã Clara Zetkin
(1857–1933), teórica feminista e marxista, membro do Partido Comunista da
Alemanha. A data foi deslanchada internacionalmente graças à campanhas de
feministas americanas e aos esforços demagógicos iniciais de Lênin, da União
Soviética.
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Pietá |
A primeira vez que a serpente tentou a
raça humana foi oferecendo uma fruta especial para a mulher. Hoje, esse truque
não mais funcionaria. Nestes tempos mais modernos, ele teria de oferecer no
mínimo uma carreira, pois a mulher moderna é condicionada a elevadas ambições.
E junto com as carreiras vem a oferta
“tentadora” do aborto, que é enfeitado como se fosse uma solução mágica para
muitos “problemas”.
No entanto, o diabo não mais chega até
as mulheres em forma de serpente. Seu disfarce agora é mais sofisticado: São as
políticas, impulsionadas pela ONU e outras poderosas organizações
internacionais, cujo centro é a mulher. Essas políticas estabelecem:
* A prioridade absoluta de que as
mulheres fiquem o máximo de tempo em escolas e universidade, a fim de mantê-las
distantes do casamento. Esse é o motivo por que muitas mulheres se casam muito
tarde na vida e também por que há um elevado número de mulheres de 30 anos
solteiras, porque estão casadíssimas com suas carreiras.
* A prioridade absoluta de que as
mulheres se envolvam com carreiras profissionais, em vez de se envolverem com
lar e família.
* A prioridade absoluta de
disponibilizar para todas as mulheres meios médicos e tecnológicos de abortar a
gravidez, a fim de que os estudos ou carreiras das mulheres não sejam interrompidos.
A mesma ONU que exige muitos anos de
estudo e carreiras para todas as mulheres também exige a legalização mundial do
aborto.
O alvo inicial da tentação da serpente
foi a mulher. Depois de milhares de anos, a mulher continua alvo e centro
preferencial da atenção e tentações da serpente — e da ONU.
Cobertura
familiar e espiritual
Para proteger a mulher dessa “atenção”
da serpente, Deus projetou a cobertura do pai ou do marido como blindagem
espiritual.
A adolescente Maria é o exemplo
perfeito de submissão a Deus e aos seus propósitos. Ela estava sob a cobertura
de seus pais. Sendo assim, ela não podia fazer nada sem a permissão deles. Essa
submissão implicava em proteção para ela.
Acima de tudo, ela estava sob a
cobertura de Deus. Sendo assim, ela não podia fazer nada sem a permissão de
Deus. Essa submissão implicava em proteção para ela.
Com a direção e permissão de seus pais
e Deus, a adolescente Maria entra em compromisso de casamento com José. Sob
Deus, ela passou para a responsabilidade e cobertura de José.
Cobertura
estatal
Se fosse hoje, a adolescente Maria
estaria sob a cobertura do Estado — ninguém (nem Deus nem seus pais) teria
direito de violar as permissões e liberdades que o Estado dá. Efetivamente, ela
estaria sob cobertura estatal, e os seus pais não poderiam entregá-la jamais em
casamento a José, pois o Estado hoje proíbe adolescentes de 16 anos de se
casar.
Entretanto, o Estado não proíbe
adolescentes de 11, 12 ou 13 anos de se envolverem com sexo. Pelo contrário,
através de sua educação sexual em ambiente escolar, o Estado chega a
incentivá-las a se envolver com sexo em toda a fase da adolescência! Assim,
vemos hoje multidões inumeráveis de meninas adolescentes solteiras fazendo sexo
com diferentes “parceiros” e sendo treinadas por uma educação sexual
pornográfica nas escolas, onde o Estado as leva ao sexo, porém lhes nega o
compromisso do casamento.
Com a submissão, cobertura e proteção
dos pais e de Deus, há casamento e compromisso para as adolescentes, mas não
liberdade sexual fora da aliança conjugal.
Com a submissão, cobertura e proteção
do Estado, o papel dos pais e de Deus se tornam subordinados, e a adolescente
passa efetivamente para a tutela do Estado. Todas as decisões dos pais (ou
mandamentos de Deus) para as filhas devem ter a aprovação ou reprovação final
do Estado.
Com a submissão, cobertura e proteção
do Estado, há abundante sexo sem nenhum compromisso para as adolescentes, mas
não há nenhuma liberdade para se casar. Em vez de preparação para o casamento,
a escola estatal estimula as meninas ao sexo sem compromisso, com quantos
parceiros elas desejarem. Em vez de casamento, elas poderão optar por qualquer
tipo de estilo de vida sexual, inclusive o lesbianismo, sob a proteção e
“bênção” do Estado.
Aliadas ferrenhas do Estado socialista,
as ativistas feministas igualmente promovem o lesbianismo (e o aborto) paras as
meninas de escola, e atacam o sistema patriarcal (onde o pai é a autoridade e
cobertura máxima) justamente para poderem desempenhar o único papel de
autoridade e cobertura máxima sobre as mulheres.
Nesse contexto, tudo o que separa a
mulher de outros “competidores” é aceitável. Assim, o Estado, com pressões
feministas, facilita o divórcio por todo e qualquer motivo, por mais banal que
seja, distanciando as mulheres do casamento natural e ligando-as cada vez mais
aos objetivos feministas.
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Pietá |
A
nova cabeça da família
A Bíblia diz que as mulheres são o sexo
fraco, porém o Estado não reconhece essa realidade. O Estado impõe uma
igualdade artificial, desafiando as leis de Deus. Mas ao estabelecer leis de
proteção às mulheres, o próprio Estado acaba reconhecendo que as mulheres são
mais vulneráveis do que os homens!
Por isso, para impor sua igualdade
artificial, o Estado faz três coisas pelas mulheres: enfraquece o casamento,
destrói a liderança masculina no lar (que existe por determinação divina) e dá
as mulheres o “direito” de interromper a gravidez.
Utilizando as questões das mulheres, o
Estado pode promover o aborto e ainda ocupar o lugar de “cabeça” e “provedor”
em cada lar — que passa a ser uma entidade onde homens e mulheres devem se
submeter aos caprichos estatais. No sistema estatal imposto pelas feministas e
socialistas, o Estado é a “cabeça” da família e quem está no papel de submissão
são homens e mulheres, igualmente.
Aliás, o Estado hoje não exige ocupar
somente o lugar do pai como cabeça das famílias, mas também o próprio lugar de
Deus. Se Maria vivesse sob tal Estado voraz, ela teria recebido a visita de um
“anjo” estatal, que lhe ofereceria, em vez de uma gravidez efetuada pelo
Espírito Santo para gerar Jesus Cristo, anticoncepcionais e educação sexual
para viver uma vida sexual de adolescente livre de preocupações e plena de
prazeres.
Embora dentro da perspectiva divina
seja violência atirar adolescentes a uma vida de promiscuidade sexual, o Estado
vê como violência uma jovem de uns 16 anos, como Maria, ficar grávida dentro do
casamento! E onde atua, o moderno Estado não permitirá nenhuma rivalidade nem
competição: entre Deus e o Estado, o Estado quer Deus fora do controle das
famílias, saúde moral dos filhos e adolescentes, etc. O Estado moderno não
aceitará nada menos do que controle sobre tudo e sobre todos.
Violência
doméstica e o Estado
No Novo Testamento, o Estado é
conscientizado de que Deus lhe deu o direito e autoridade de usar a espada
contra criminosos. Isto é, se um marido assassinar a esposa inocente, o Estado
tem a obrigação de lhe aplicar a pena capital. Esse é o único papel do Estado.
Mas, esquizofrenicamente, hoje o Estado renuncia à sua obrigação de usar a
espada para maridos que matam esposas inocentes, preferindo cumprir obrigações
impostas pelas feministas e socialistas de usar a espada somente para eliminar
uma enorme multidão de indefesos e inocentes bebês em gestação.
Quanto ao intervencionismo estatal com
a desculpa de solucionar a “violência doméstica”, é preciso perguntar: O Estado
tem competência moral para essas intervenções?
Anos atrás, uma mãe idosa veio procurar
a mim e o pastor da igreja, para pedir ajuda para sua filha, que estava
sofrendo “violência doméstica”. A moça estava literalmente apanhando do marido.
Acompanhados da mãe e outra mulher da igreja, fomos o pastor e eu até a casa da
moça, na ausência do marido dela. Ouvimos da boca dela sobre a violência física
que ela estava sofrendo.
Nosso conselho foi que a moça deveria
buscar em Deus proteção para si e libertação para o marido. Nós a desafiamos a
estar presente em determinados cultos da igreja onde ela poderia participar de
orações fortes.
Infelizmente, nem a mãe nem o pai da
moça concordaram com essa sugestão espiritual. Em poucos dias, eles pegaram a
filha e a levaram ao promotor de justiça, que é o representante oficial do
Estado. O pai disse: “Não vou deixar minha filha sofrer na mão daquele homem!”
O marido foi intimado por “violência
doméstica”. Sentindo-se humilhado de ter os problemas de sua casa sendo
tratados pela autoridade estatal, ele largou a esposa.
Depois, em certa ocasião, fui visitar a
mãe, o pai e sua filha. Quando eu estava na porta da casa, pude ouvir a filha
gritando com os pais, xingando-os e desrespeitando-os. Em resposta, a mãe
disse: “Seu marido fez muito pouco batendo em você. Ele devia ter matado você!”
A partir de então, ficamos sabendo que
ela era uma esposa que agia da mesma forma com o marido: brigando, xingando,
desafiando, desrespeitando, etc. Ela provocava o marido e o deixava fora de si.
Não tínhamos a menor dúvida de que
Jesus podia resolver os problemas desse casal. Mas quando os pais da moça a
pressionaram a entregar os problemas do casamento dela à autoridade estatal,
começou o fim do casamento. E nem podia ser de outra forma, pois o próprio
promotor era um homem que havia abandonado a esposa para viver com uma moça
muito mais jovem.
No fim, com a violência doméstica
“resolvida”, a jovem começou a se prostituir com vários homens. O pai dela
morreu angustiado em poucos meses.
Assim ocorre quando se permite que o
Estado faça intervenções excessivas: representantes estatais que não conseguem
resolver seus próprios problemas pessoais, morais e familiares acabam sendo
instrumentos de intromissão para “resolver” os problemas familiares e morais
dos outros.
E mesmo que o Estado conseguisse ter
representantes isentos, com casamentos intactos e integridade moral impecável,
ainda há o problema do uso da fachada da “violência doméstica” para outras
finalidades.
O Estado facilita para as mulheres se
separar de seus maridos e suas obrigações matrimoniais, mas não permite, em
hipótese alguma, que uma mulher se separe do Estado e suas obrigações estatais.
A mulher tem toda liberdade de sair do casamento, mas não tem nenhuma liberdade
de sair da tutela presunçosamente ilimitada do Estado.
O Estado reconhece uma única cobertura
e proteção para as mulheres: a si mesmo. O Estado reconhece uma única cabeça na
família: a si mesmo.
Violência
doméstica e aborto
Em 2006, conheci uma ONG evangélica no
Rio de Janeiro que dava espaço para uma organização de mulheres que fazia
trabalho comunitário de conscientização contra a violência doméstica. Mulheres
da comunidade que sofriam tal violência vinham ao grupo para serem
“aconselhadas” e muitos desses trabalhos eram realizados no prédio da ONG
evangélica.
Fiz uma pequena investigação, onde
descobri que o grupo de mulheres não só recebia subsídio do Estado em seus
objetivos feministas, mas também aparecia numa lista de muitos outros grupos de
mulheres que, no dia 18 de março, reivindicavam na Assembleia Legislativa a
legalização do aborto como direito fundamental das mulheres.
Conversei então com a diretora da ONG
evangélica e expliquei que as instalações de sua organização estavam sendo
usadas para o recrutamento e doutrinamento feminista de mulheres simples, que
eram atraídas pelo apelo de solução da “violência doméstica”, um trabalho que
no final fortalecia o poder e intervencionismo do Estado nas famílias e também
fortalecia os objetivos pró-aborto das estrategistas feministas.
A diretora da ONG evangélica me
agradeceu e cortou o espaço para o grupo de mulheres. Ela nunca havia imaginado
que um grupo que supostamente luta contra a violência doméstica tinha
motivações e ambições muito mais sinistras. Esse episódio serviu para ela não
confiar em fachadas.
Assim é que os casos de violência
doméstica (que a Bíblia jamais aprova) acabam virando desculpa e recurso de
manobra para as feministas e o Estado intervirem para destruir o papel de
cabeça do marido no lar e exigir o direito de as mulheres abortarem bebês em
gestação. O marido que dá um tapa na esposa vira criminoso, porém a mulher que
covardemente mata os filhos por meio do aborto não cometeu crime algum: ela
está apenas exercendo um direito legal! A mulher passa de “oprimida” para
opressora e assassina de seus próprios filhos.
A
grande fachada
O Dia Internacional da Mulher se tornou
uma grande fachada para o movimento feminista internacional. A maioria das
mulheres é contra o aborto e contra o assassinato de inocentes. Mas sem
perceberem, o apoio inocente dessas mulheres a iniciativas estatais de combate
à violência doméstica acaba sendo canalizado para iniciativas feministas
pró-aborto. Em nome dessas mulheres inocentes, os grupos de mulheres
reivindicam a legalização do aborto — um crime que mata uma vida inocente e
afronta e desrespeita a mulher que tem dignidade.
Agora que os objetivos ocultos foram
descortinados, cabe às mulheres que têm dignidade cobrarem o fim da exploração
da condição feminina para alcançar objetivos feministas de legalização do
aborto. Ser mulher é ser pró-vida, pró-mãe, pró-criança. Ser mulher natural é
ser defensora da vida e da família. O aborto deliberado não faz parte da
vontade e vida da maioria das mulheres. Faz parte apenas de um minúsculo grupo
de feministas oportunistas sedentas de sangue, as quais ganham muito dinheiro
para fazer propaganda pró-aborto.
A reivindicação de um suposto “direito”
de aborto no Dia Internacional da Mulher é prova mais do que suficiente de que
essa data agora é em essência o Dia Internacional das Feministas. O feminismo
pró-aborto transforma suas adeptas em opressores, que defendem o massacre do
mais indefeso dos seres humanos. Se essa minoria de mulheres sedentas de sangue
quer que o Dia Internacional da Mulher só represente a elas, então que se
troque o nome dessa data para Dia Internacional da Mulher Opressora, ou Dia
Internacional da Mulher Assassina.
Que se levantem as mulheres virtuosas e
dêem um basta nesse abuso contra sua dignidade. Que elas dêem um basta no uso
do Dia Internacional das Mulheres como fachada do opressor feminismo pró-aborto.
Fonte: www.juliosevero.com
Passeio Virtual:
Ótimo texto
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